MICROESTRUTURA E PROPRIEDADES MECÂNICAS DE BRÁQUETES CERÂMICOS
Resumo
O tratamento ortodôntico tem por objetivo posicionar os dentes do paciente dentro do arco dentário da forma mais funcional e estética possível (Andrews, 1972). Durante o tratamento, a movimentação dentária é realizada aplicando-se forças a um fio metálico que é associado a bráquetes colados nos dentes. Os primeiros bráquetes utilizados em ortodontia eram feitos em ouro e datam de 1928 (Angle, 1928 apud Kusy & Whitley, 2001). Em 1933, surgiram os bráquetes de aço inoxidável que eram mais estéticos do que os de ouro, já que podiam ser construídos em tamanho menor devido à sua maior resistência mecânica e rigidez (Kusy & Whitley, 2001). Em 1965, com o advento da técnica de condicionamento ácido e o surgimento de resinas compostas à base de Bis-GMA, tornou-se possível a confecção de aparelhos fixos ainda mais estéticos, pois as bandas metálicas usadas até então puderam em muitos casos ser substituídas por bráquetes colados diretamente no esmalte dentário (Fernandez & Canut, 1999). Na década de 70, surgiram os bráquetes transparentes de policarbonato, que, apesar de mais estéticos do que os bráquetes metálicos, apresentavam os seguintes problemas: I) baixa resistência ao manchamento; II) alteração de cor; III) liberação de odores; IV) processo adesivo complicado; V) baixa estabilidade dimensional; e VI) alto coeficiente de fricção com o fio metálico. Alguns fabricantes procuraram resolver este último problema incorporando uma canaleta (“slot”) metálica a esse tipo de bráquete (Alkire et al., 1997). Os bráquetes feitos de cerâmica foram introduzidos ao mercado odontológico no final dos anos 80 com o intuito de superar as limitações estéticas dos bráquetes metálicos e de policarbonato. Os bráquetes cerâmicos usados atualmente são feitos basicamente de óxido de alumínio (Al2O3) e podem ser divididos, de acordo com a sua microestrutura, em dois grupos: os policristalinos e os monocristalinos.
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